quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Morte em Vida... (depression - depresija - dúlagar)

Quando observamos uma criança brincando, relacionando com seu brinquedo, percebemos que ela está envolvida, com a mente dedicada ao seu prazer em executar seu sonho, sua fantasia.

Essa criança vai vivendo assim, com prazer, com euforia, um Fogo que a orienta e a desperta para o melhor das coisas e das pessoas. Com o passar dos anos nós, os adultos, a ensinamos que a vida não é assim, não pode ser assim. Imediatamente cortamos toda sua bravura, sua coragem, sua alegria e vamos, devagarzinho, a ensinando como deixar de ser criança ou deixar de se feliz.

Após 40 ou 50 anos desse terrível aprendizado encontramos com uma pessoa apática, insensível, desgostosa com a própria vida, e consciente que precisa tomar alguns remédios para ver a cor da vida e ate mesmo para sorrir. É a educação Medicamentosa. Sem remédios não conseguiremos sorrir, perceber e encontrar a felicidade... assim nos falam.

Não resta a menor dúvida de que a sabedoria do universo é incrível. Penso assim ao raciocinar sobre as eras em que as coisas aconteceram. Imagino que, se Cristo tivesse nascido em nossa época, com certeza não seria o indivíduo que foi e nem deixaria o rastro que deixou. Com certeza seus pais teriam o obrigado a ser médico, engenheiro ou advogado. Teriam imposto tanto medo em sua vida que jamais andaria por onde andou, jamais teria realizado seus feitos. Incrível é que seus seguidores não percebem que ele nasceu numa manjedoura, viveu no meio de pobres e doentes e morreu ao lado de dois ladrões. Não serviu de exemplo para metade da turma.

Realmente, José foi o grande pai de todos os tempos, embora não morasse na zona sul e vivesse no meio de animais, permitiu que seu filho vivesse e vivenciasse o que seu coração desejou. José foi o cara.

Atualmente, o casal em voga na criação é o Senhor Rivotril e a Dona Fluoxetina, Riva e Flu para os íntimos. Verdade é que encontramos com nossos queridos amigos e conviventes sem nenhum Fogo, sem paixão, e sem paixão não tem solução, afinal esse casal não cria bem.

Como estar contente se acordamos sem um objetivo, sem conteúdo. Ficam nossos objetivos atados à troca do carro, do aparelho celular, das polegadas da TV ou do tipo de tela que ela possui. Fica difícil assim, quase impossível. Quando ouço a apatia dos queridos mais próximos, aconselho-os a resgatar os sonhos de infância.

– O que você queria ser quando criança, quando adolescente?(porque não o foi?)
- Volte no tempo e resgate seus sonhos.
- Se não sonhou ainda é tempo, mas sem o casal Riva x Flu, pois eles não te deixam sonhar... só te fazem dormir, e para buscarmos nosso caminho precisamos estar acordados e bem acordados.

O Fogo tem que queimar nosso peito, avivar os significados que a vida nos apresenta cotidianamente. Os artistas, antes da fama, nos mostram isso. Trabalham duro e duros por muito tempo, acreditando em seus sonhos, praticam a alma. E se não alcançam a vitrine da vida, deixam uma obra digna, honrada.

Os apáticos falam de medo. Medo da vida. Medo da morte. A vida nos foi concedida para que a vivamos e se isso acontece, não haverá medo da morte, pois a morte é não viver a vida.

- Como você vai morrer se não viveu?!


Nenhum comentário:

Postar um comentário