quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Intolerância... (intoxication - rhinitis - rinidad - ринит)

Sempre que vamos nos informar sobre o universo, percebemos e aprendemos coisas incríveis sobre sua capacidade de manter-se multiplural. Ele se apresenta altamente diverso e, mesmo assim, específico. Cada vegetal produz uma seiva, um fruto, um tipo de folha e também tem uma forma particular de sustentar-se. Nem todos retiram os mesmos nutrientes do solo e nem todos se ambientam bem em todos os climas. A forma de exposição à luz também é individualizada.

Quando olhamos para uma floresta imaginamos que tudo o que vemos é igual. Passa-nos uma sensação de que todos os seres ali estão fazendo o mesmo trabalho e sobrevivendo da mesma maneira, mas não é verdade. Cada um daqueles seres cumpre suas sinas, individual e coletiva.

Com os seres humanos a situação não é diferente, em nada. Sobrevoando uma área urbanizada, olhamos para baixo e imaginamos que naquela região todos são iguais, e todas as casas são iguais. Porém, após o pouso e a nossa visitação aos lares, ouvindo as pessoas, suas historias, analisando seus hábitos, voltamos a perceber que, assim como a floresta, são idênticos respeitando suas individualidades.

Cada organismo – indivíduo – sobrevive de uma maneira determinada e exclusiva dentro da sua coletividade, em profunda semelhança com as plantas, com a selva. Embora façam parte da mesma categoria biológica, da mesma raça, cada um deles precisa de uma forma de insolação. Individualmente os seres humanos retiram seu sustento alimentar e psicológico à sua maneira. Cada pessoa necessita de alguns tipos de alimentos, e ao mesmo tempo, não podem ingerir outros tipos ou classes de alimentos. Quando determinamos que podemos consumir de tudo, iniciamos um processo de auto destruição e estaremos lidando com a “Intolerância Alimentar”.

Lembro-me daquela esquisita e interessante frase que ouvimos das crianças:

- “ ...É IGUAL ...SÓ QUE É DIFERENTE ”.

A Intolerância Alimentar é um processo delicado em que o organismo não consegue dar sinais imediatos de repulsão, assim como na “Alergia”, e vai perdendo vitalidade ao tentar conviver com aquele alimento. As substâncias contidas naquele alimento não indicado para determinado caso vai impregnando, minando, o organismo consumidor.

Essa pessoa, após a ingestão, não vai sofrer uma imediata crise de coceira, vômitos, edemas (inchaço) e diarréia, mas ao longo do tempo vai desenvolvendo algumas desarmonias que são chamadas de “doenças crônicas e/ou idiopáticas”. Por toda vida essa pessoa sofrerá com males que não se curam e, na maioria das vezes, não são diagnosticados também.

São aquelas eternas rinites, sinusites, bronquites, dores de cabeça, problemas na pele, nos intestinos, febres idiopáticas, cansaço permanente, problemas visuais, digestivos, cólicas femininas, inflamações constantes da garganta, enfim uma infinidade de males que lidamos na clínica diária.

Quando, através da MTC (Medicina Tradicional Chinesa), fazemos o teste de intolerância alimentar passamos a lidar com a dificuldade de conscientização individualizada, ou seja, precisamos fazer o indivíduo entender que não pode alimentar-se com determinado(s) alimento(s), mesmo que sua irmã “coma baldes” daquele alimento. Ela pode.

Como nosso organismo não sobrevive apenas de alimentos materiais, deparamos também com a “intolerância emocional”. Exatamente como precisamos determinar corretamente os alimentos materiais para cada indivíduo, precisamos determinar também os “alimentos emocionais”.

Creio que todos nós já pronunciamos ou ouvimos as frases:

- “ Não tolero Fulano! ”

- “ Não estou dando conta de tolerar essa situação! ”

- “ Beltrano me dá urticária! ”

- “ Tenho azia só de pensar que vou ter que atender essa ligação! ”

Pois bem, aí está mais uma causa de desarmonias emocionais e físicas. Exigir que sua mente tolere o intolerável é intoxicar sua mente e seu corpo. Algumas percepções clínicas pessoais demonstram que após terminar uma determinada relação ou sair de determinado emprego ou departamento, os males que acometiam aquela pessoa desaparecem como que por encanto.

Percebe-se também que uma pessoa que nunca sofreu de determinado mal ao se unir
a uma outra pessoa que sofre com determinada mazela, seja uma união pessoal ou profissional, com o tempo, passa a apresentar a mesma queixa. Intoxicação emocional.


Penso que uma das maneiras para solucionarmos as questões da nossa saúde física e emocional é a conscientização da nossa individualidade, junto à significação valorizada da nossa vida.

- A planta é bela e saudável quando sobrevive no ambiente ideal para seu gênero.

Lo he dicho!

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