domingo, 28 de agosto de 2011

Feitiço contra o Feiticeiro... (hex - esagonale - εργασία)

Quero abordar sobre um tema que encontro com uma freqüência maior que a considerada ideal. É o caso da pessoa que foi conquistar algo ou alguém e após a conquista, vê-se sofrendo pelo que tanto desejou, todavia sem entender o que se passa. Vou “passear” por três tópicos mais comuns, começando pela “Casa Própria”.

Profissionais competentes estudam detalhadamente como deve ser concedido um financiamento e propõem um valor determinado para a renda do seu cliente. As empresas financeiras têm dados precisos e investem muito nas pesquisas nessa área.

A renda proposta é apresentada ao cliente e ele, não sendo remunerado com aquele valor, consegue comprovantes para apresentação, acreditando que está enganando somente a instituição. - Aqui está o “Feiticeiro” - Ele está enganando a si mesmo. Como aquela parcela proposta estará fora de seu alcance monetário, em pouco tempo, o “sonho” da casa própria se transformará no “pesadelo” da casa própria.

Essa pessoa não consegue viver satisfatoriamente, devido aos atrasos das parcelas, e começa a sofrer pelo “aperto” financeiro e o constrangimento da sua alma. A paz vai-se embora, o sono desaparece, o humor encolhe-se e sua vida passa a ser somente dissabor. Nesse momento ele começa a procurar qual a cura para seus males, todavia não se dá conta dos seus atos impensados há pouco tempo. – Aqui está o “Feitiço” - Vale lembrar que esse processo também acontece com a compra do automóvel e/ou outros bens de maior valor.

O segundo caso mais comumente encontrado é o da “Entrevista de Emprego”.

Os profissionais que atuam na área de recursos humanos são tão bem preparados para sua função quanto aqueles das instituições financeiras. Eles estudam a mente, suas manifestações e os arquétipos possivelmente encontrados na raça humana. Quando esses profissionais determinam um perfil para preenchimento de algum posto ou cargo, eles sabem exatamente o que precisam diagnosticar em seu entrevistado. É preciso que seja assim.

Como no exemplo anterior, - Aqui surge o “Feiticeiro” - a pessoa vai fazer cursos para aprender a ser entrevistado, ou seja, vai aprender como se apresentar de uma maneira que não é a sua verdadeira forma comportamental e emocional. O curso é bem mais fácil e rápido que se qualificar para tal cargo.

Acontece que, caso ele seja admitido, ele deverá satisfazer aos anseios que foram gerados no ato da sua entrevista. Ele se aproveita que os RH´s não são videntes e “engana” a todos, inclusive e principalmente, a si mesmo. Ele consegue sucesso nas entrevistas, dinâmicas e é admitido. Porém... ai, ai, ai, existe um porém... esse “Feiticeiro” não consegue conviver com seus colegas, líderes e subordinados. Também não consegue promover a evolução para a qual ele foi contratado, haja vista que, ele não poderia estar ali, determinantemente não. – Eis o “Feitiço” –

Esse indivíduo começa a se sentir perseguido, discriminado, e embotado pelo próprio “Feitiço”, ele começa a sofrer. Noites sem dormir, sonhos agitados e repetitivos, desordens gástricas, alta irritabilidade enxaquecas. Bem... a paz foi-se embora aqui também, essa danadinha parece não gostar de “feiticeiros”. Ela espera que após a breve demissão, essa não tardará, esse “Feiticeiro” possa voltar-se para sua interiorização e, fatalmente, sua capacitação.

Já no terceiro exemplo, mais delicado, está o “Feitiço” de ordem amorosa, sentimental. Esse também é um grande tiro no próprio pé.

Creio que a maioria das pessoas projetam para si uma outra pessoa, como sendo a ideal, para atribuírem-lhe o título de... Meu Amor. Pelo menos aquelas que crêem no amor. Por esse motivo, quando um indivíduo suspeita que alguém está na mira, com competência e capacidade para preencher essa lacuna, ele abre seu baú e começa a pegar o material para iniciar um bom “Feitiço”.

Ele começa a forçar encontros, convidar para jantares, passeios, ele dá um jeito de estar perto do seu alvo. Nesses momentos, temendo por seu engano, o indivíduo começa a forjar, inconscientemente, a modelagem desse tal outro. – Aqui inicia o “Feitiço” – No jantar ele percebe que ela está vestindo uma calça, e sorrateiramente, deixa escapar uma frase mais ou menos assim:

- Eu acho lindo, super sexy, mulheres usando saia!

Ora... se a outra pessoa está aceitando os convites é porque ela também está interessada na possibilidade de uma futura relação. Como ela não é bobinha, no próximo encontro ela estará vestindo uma saia. Então, nesse novo encontro, escapa mais uma do tipo:

- Nossa, vou confessar uma coisa... me arrepio todo quando vejo uma mulher usando sandálias de salto alto!

Sem sermos feiticeiros, você que me lê agora e eu, já sabemos qual será o calçado usado no próximo encontro. Bem, assim o indivíduo vai forjando na outra pessoa o seu ideal, e sem que a outra pessoa perceba, ela vai aceitando e fazendo a mesma coisa com o “Feiticeiro” conquistador. (ou seria conquistador feiticeiro?!)

A depuração diária do convívio estimula a resiliência do caráter. – Olha o “Feitiço” aqui, novamente - Essas forjadas faces vão se deteriorando nas tensões do emotivo atrito evidencial e, um belo dia, nota-se:

- Incrível, Fulano(a) tornou-se outra pessoa depois que nos unimos. Ele(a) não se veste como antes, não gosta mais daqueles lugares, não se comporta com aquela polidez pela qual me apaixonei... será que ele(a) está “Enfeitiçado”?!

Infelizmente, situações como essas, as quais tomei a liberdade de brincar e parafrasear acontecem com maior freqüência do que podemos imaginar ou gostaríamos de vivenciar.

Já, felizmente, acredito ser mais fácil entender a lógica do “Feitiço e do Feiticeiro”, que a lógica do “Nascimento do Ovo e da Galinha”.

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