sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Energético Natural... (wychudzenie - iznurenost - истощение)

O ritmo de vida atual tem levado as pessoas a procurarem mais energia para cumprirem os compromissos diários. Alguns indivíduos têm se utilizado de energéticos perigosos e de maneira perigosa também, pois não procuram orientação profissional. Está comum, na clínica diária, encontrar casos onde a vida entrou em estado de risco pelo uso indiscriminado de energéticos. (tema abordado anteriormente nesse Blog)

O ideal é assumirmos compromissos de acordo com nossas capacidades físicas e mentais, embora nem sempre a lida com a sobrevivência permita que essa estratégia seja aplicada. Em alguns períodos da vida necessitamos de uma carga maior de energia. Um fechamento de ano letivo, estudos combinados com muito trabalho, enfim os motivos são variados para esse tipo de conduta.

Para os casos onde realmente é necessário adicionar uma dose energética para aumentar a produtividade, existem vários energéticos naturais que, quando bem indicados, ajudam em muito e não provocam reações indesejadas como em outras químicas pouco naturalistas.

Quero relembrar uma opção natural, em forma de extrato seco padronizado, que tem sido aplicada com ótimos resultados. Farei uma apresentação desse fruto para orientar a proteção de usuários que se utilizam de muita química, e também para divulgação fototerápica.

Embora seja natural, é necessário consultar um profissional da saúde para compreender seus efeitos, reações e contra-indicações, assim como sua posologia.

Refiro-me a Laranja Amarga, cientificamente conhecida como Citrus aurantium L.:

Trata-se de uma árvore originária da Ásia e pertencente à família das Rutáceas. Seu extrato rico em Sinefrina é extraído do fruto imaturo. Citrus aurantium L. é conhecido pelos herboristas chineses como Zhi Shi e foi muito utilizado durante séculos para o alívio de alergias, asma, resfriados e estados inflamatórios.

O ativo Sinefrina é uma amina adrenérgica que possui muitos efeitos no organismo humano, incluindo o aumento da termogênese e conseqüente perda de peso. Além deste ativo, possui outros compostos aminados, tais como, Octopamina, Tiramina, N-Metiltiramina e Hordenina. Os níveis de aminas adrenérgicas no Citrus aurantium L. são normalmente baixos, porém são altos nos frutos imaturos que não são comestíveis. Por isso, que o extrato comercializado é extraído somente de frutos imaturos para obtenção de altos níveis de agentes termogênicos.

Diferentemente da Efedrina, ativo encontrado na planta denominada Ma Huang, os usuários de Sinefrina sofrem muito pouco, ou nada, da agitação que os usuários de efedrina sofrem. Isto é devido ao fato da Sinefrina não atravessar a barreira hemato-encefálica tão facilmente como a Efedrina atravessa. Sinefrina e os outros alcalóides encontrados no Citrus aurantium L. são agentes adrenérgicos com atividade agonista seletiva aos receptores alfa e beta, estimulando a lipólise, aumentando o metabolismo basal e oxidação de gordura, através do aumento da termogênese.

Os receptores alfa adrenérgicos regulam a constrição dos vasos sanguíneos, contração uterina e dilatação da pupila. Os receptores beta adrenérgicos são estimulantes cardíacos, estimulam a lipólise, são broncodilatadores e vasodiltadores. A Sinefrina promove vasoconstrição da musculatura lisa, quando atua como um agonista alfa, ligando-se aos receptores alfa-1. Esta ação resulta na vasoconstrição dos vasos pré-capilares e das pequenas vênulas, resultando numa vasoconstrição cutânea.

Alguns cientistas teorizam que a vasoconstrição cutânea resulta na retenção de calor no corpo, resultando no aumento da termogênese. Outros sugerem que a Sinefrina ativa indiretamente a termogênese através da estimulação da atividade mitocondrial das células do tecido adiposo marrom, similar a ação da Efedrina. No entanto, esta estimulação não ocorre através da estimulação do sistema nervoso central, resultando na liberação de noradrenalina iniciada pela Efedrina.

A atividade broncodilatadora da Sinefrina, resulta num aumento da recaptação de oxigênio e, conseqüente, aumento da termogênese. A superfície de várias células, especialmente células musculares e de gordura, contém receptores específicos conhecidos como beta-receptores. A Sinefrina provoca a ativação dos sítios de receptores beta específicos, quando age indiretamente como um beta-agonista. Como conseqüência desta ativação, uma seqüência de processos é iniciada, induzindo a quebra e uso da gordura armazenada para produção de energia e aumento do metabolismo muscular.

Muitos estudos confirmaram a habilidade da Sinefrina em iniciar o processo de termogênese. A produção de calor é um processo metabólico natural do nosso organismo. Porém, este processo torna-se prejudicado para muitas pessoas, quando envelhecem e acumulam grande quantidade de gordura armazenada.

A Sinefrina é uma substância muito importante para o tratamento da obesidade devido a sua habilidade em se ligar não somente a receptores alfa-1, mas também por ativar um específico e recentemente conhecido subgrupo de beta-receptores denominados beta-3 receptores. Os receptores beta-3 aceleram a lipólise e aumentam o metabolismo basal através da termogênese.

Poucas são as substâncias capazes de ativar diretamente os receptores alfa-1 e ativar indiretamente os receptores beta-3, resultando em termogênese e aumento da recaptação de oxigênio, enquanto minimiza a ativação dos receptores beta-1 e 2 resultando na diminuição da estimulação do sistema nervoso central e músculo cardíaco.

A Sinefrina é indicada em dietas de emagrecimento, exercícios físicos e como energético, pois:
1. aumenta a lipólise e termogênese.
2. melhora a performance física durante exercícios aeróbicos, através da liberação de energia da reserva de gordura.
3. aumenta a massa muscular magra, pois quando o organismo está utilizando uma porcentagem da gordura de sua reserva, qualquer dieta protéica torna-se mais disponível para incorporação em massa muscular magra.

Contra indicada para pacientes hipertensos, grávidas, lactantes, diabéticos e pessoas em tratamento com inibidores da MAO.

Bibliografia:
1. Hedrei, P. and Gougeon, R. Thermogenic effect of beta-sympathicomimetic compounds extracted from Citrus aurantium. McGill Nutrition and Food Science Center, Royal Victoria Hospital, 1997.
2. MURRAY, M. T. The Health Power of Herbs. 2nd edition. USA: Prima Health, 1995.
3. ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina. Argentina: Ediciones SRL. 1999.

Nenhum comentário:

Postar um comentário