domingo, 26 de fevereiro de 2012

A Árvore e o Homem... (depression - печаль - depresja)

No verão, as árvores aumentam suas folhas e abrem suas ramagens, como se estivessem abrindo os braços, uma inteligente maneira de gerar sombra para suas raízes e sobreviver à estação quente, ensolarada. Com mais folhas, a água permanece maior tempo na árvore, já que as chuvas de verão são rápidas. Assim ela consegue viver melhor.

No outono é como se fechasse os braços para cima. A árvore sabe que os ventos são fortes e podem quebrá-la. Então, ela joga fora as folhas e levanta os braços para não oferecer resistência ao inimigo... deixe-o ir.

No inverno ela se “agacha”, procura diminuir as flores, frutos, folhas, ela sabe que precisa economizar energia para sobreviver ao frio. Acumula o mais que puder, evita brotos e se protege com resinas aplicadas, por si mesma, em suas fendas. Ela só quer manter o calor no seu interior.

Quando a primavera chega, a árvore está totalmente abastecida, guarnecida. Nesse momento ela se aproveita para gerar seus frutos e flores, distribuir sementes perpetuando sua espécie. É a sabedoria da natureza.

Interessante é que, se olharmos uma árvore no verão temos a sensação que ela está feliz, alegre. No entanto, ela está trabalhando muito para sobreviver. Está dando o melhor de si para continuar de pé.

Mas, se a olharmos no inverno pensaremos que ela está triste, “agachadinha” e sem vontade de viver. Não conseguimos perceber, às vezes, que ela está lutando pela vida nesta estação também.

Nós humanos não estamos tão distantes dessa realidade. Temos nossos dias de verão, de inverno, temos nosso outono e primavera também. Alem de o nosso corpo reagir como a árvore às estações do ano, nosso mental e psíquico assim reage também. Nosso psiquismo passa por varias estações em uma semana apenas.

Tem dias que acordamos com uma saudade enorme, sem saber de quem ou de onde. Já em outros dias acordamos flutuante, leves, como se o mundo fosse somente flores. Noutros dias estamos nublados, mesmo que o céu esteja pintado por um azul divino.

Em alguns dias estamos chorões. Choramos com propaganda de TV, garoto no semáforo, olhar de cachorro. Bom é que temos os dias fortes também, nada nos abala. Saímos para o mundo de peito aberto e com a sensação de que voar não é tão impossível assim.

Assim é a vida dos ditos seres humanos, e isso se dá por um monte de fatores, até mesmo pelas intempéries. A alimentação pode também definir esse humor. A qualidade do sono, as variações hormonais, os sonhos, as lembranças, enfim existem muitas variáveis nessa história, o que não podemos é crer que esse estado momentâneo de humor é doença, depressão.

Essa “estação” pode durar um ou dois dias... quem sabe três?! ...mas passa. Podemos ser revisitados por ela(s) outras vezes, o que acontecerá certamente e, se a compreendermos, ela não terá tanta força sobre nosso dia. Pode ser que o dia tenha mais de uma estação, o que é louvável também.

Bem, meu receio é que a “Indústria da Felicidade”, tão poderosa, possa nos convencer que não somos humanos ou, até mesmo, nos fazer envergonhar disso. Receio me esquecer que sou parte da natureza e não um puro e único resultado de reações laboratoriais.

Não vou exemplificar agora sobre a adubação... risos ...mas que tem dias de adubação tem ...fica para outra vez.

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