Os
valores de uma sociedade fraca são fracos também, não poderia ser diferente. Numa
cultura onde os componentes da sobrevivência são descartados de maneira
equivocada a felicidade fica à disposição do acaso. A má compreensão da sorte
humana determina os quilates atribuídos ao nível da satisfação individual.
O
sexo, por exemplo, é um assunto que sempre causa desconforto na nossa cultura,
especialmente quando estamos falando da sexualidade em idades mais avançadas. Sugere
o conceito popular, estranhamente, que a sexualidade se torna falível através das
décadas de vivência pessoal.
Na prática
cotidiana não é isso que encontramos quando conseguimos um desabafo sincero e
objetivo de um indivíduo adulto maduro que discorre sobre seus quinhões de
felicidade. Invariavelmente a sexualidade está contida nos seus planos e
desejos de realização e satisfação. A tensão sexual positiva que se coloca sobre os jovens é a mesma tensão sexual negativa que se coloca sobre os indivíduos
maduros. Aceitar e apoiar a fisiologia sexual adolescente é tão resistente
quanto condenar a fisiologia sexual maturescente.
Transcorrer
pelas décadas torna o indivíduo mais experiente e mais experimentado, gerando
assim a sabedoria necessária para administrar seus conflitos e determinar seus
objetivos, quase sempre. Com relação à sexualidade não poderia ser diferente. Conhecendo
mais sobre seu corpo e do seu parceiro(a), seus impulsos, limites, fragilidades,
caminhos, o indivíduo torna-se mais completo também para a prática sexual e, é
exatamente nas faixas etárias mais adultas que essa sabedoria tem a
oportunidade de se revelar, quando lhes é permitido.
Sexo
é identificado com a reprodução, atratividade jovem e poder. Até mesmo as
pessoas de meia-idade não querem enfrentar a inevitabilidade de envelhecerem,
temerosas de se tornarem reféns do silêncio algoz que paira sobre a sexualidade
madura. Conviver com pessoas bem vivenciadas é sempre um prazer e suas boas vivências
se estendem à sexualidade, apresentando o traquejo necessário para a convivência
íntima.
A
suposição generalizada de que os idosos perdem o interesse em sexo e são, ou
deveriam ser assexuados, é errônea. Mais falsa se torna essa afirmativa quando
ela é direcionada ao gênero feminino. As mulheres maduras são tão voluptuosas quanto
os homens maduros, mas ficam aprisionadas na masmorra da crítica dos comuns, trocando
sempre o que é sensual pelo que é censual.
# "Não há limite de idade para a
sexualidade e atividade sexual”, relata Stephanie A. Sanders, PhD, diretor
associado do grupo de pesquisa sexual do Instituto Kinsey. “Relatórios mostram
que a maioria dos homens e mulheres entre 50 e 80 anos de idade ainda estão
entusiasmados com sexo e intimidade”.
# "Usá-lo ou perdê-lo”, diz o
especialista em
geriatria Walter M. Bortz, autor de vários estudos sobre a
sexualidade dos idosos. Dr. Bortz, professor da Escola de Medicina de Stanford,
é ex-presidente da Sociedade Americana de Geriatria e ex-co-presidente da
Força-Tarefa da Associação Médica Americana sobre Envelhecimento. Diz ele: "Se
você tem interesse em se manter saudável, fique longe de medicamentos e tenha
um bom companheiro(a), então você pode ter um bom sexo por todo o caminho até o
fim da vida. Embora nem todo mundo queira ou precise de uma vida sexual ativa,
muitas pessoas continuam a ser sexuais durante toda a vida. É uma questão de
sobrevivência. As pessoas que fazem sexo vivem mais tempo e quanto mais íntima
a conexão, mais poderosos são seus efeitos." Um estudo da Universidade
Duke mostra que cerca de 20% das pessoas com mais de 65 anos têm vidas sexuais que
são melhores do que nunca.
Embora
o sexo seja tratado com uma questão moral, ele está dentro da classe das
necessidades fisiológicas, assim como a alimentação, evacuação, o sono, a micção,
respiração. É necessária sua prática para que desfrutemos das benesses trazidas
com sua freqüência. Tal qual seus colegas de classe, ele - o sexo – é fundamental
para a saúde física, mental e espiritual.
Se todos
nós vamos envelhecer, ou melhor, quase todos nós, pois alguns não conseguiram
vencer todas as etapas, permitamos então que nossos pais, avós e entes queridos
e mais vivenciados possam desfrutar de uma vida plena de satisfação e
felicidade.
# HealthDay – News for Healthier Living –
By Loren Stein, MA.
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