Há milênios a MTC – Medicina Tradicional Chinesa – vem tratando os homens. Sabe-se que, quando se registra por escrito uma matéria, ela já tem alguns séculos ou milênios de prática empírica. Existem registros datados de, aproximadamente, 2600 anos antes de Cristo. Isso explica muita coisa.
Como ainda é uma matéria relativamente nova em nosso mundo, nos deparamos com pessoas em dúvida sobre o seu real campo de ação. Acabam por indicá-la somente para o que conhecem dela, muito pouco perante o arsenal milenar que ela oferece, sobretudo a acupuntura. Alguns tipos de lombalgias, de alergias e para relaxamento. Fecham o repertório nesses termos.
O orientais não fracionam a mente e o saber, e sua maneira de expressar é filosófica demais para o nosso entender, falam sobre saúde como um poema romântico. Essa forma de expressar, definitivamente, não agrada ao Homem ocidental. Precisamos de explicações complexas, só assim acontece o convencimento, mesmo que não entendamos a resposta.
Nos primeiros registros, falavam sobre os “Demônios” que entravam pelas unhas, particularmente pelas cutículas, dos homens e se fixavam em determinados pontos do corpo. Por ali eles se alimentavam da energia do hospedeiro, gerando as desarmonias que depois batizamos por Doenças.
Esses “Demônios” alojados no corpo geravam (ainda geram) desconfortos, desequilíbrios, dores, corrimentos, odores, dificuldades de movimentação e até de pensamentos. Sim, pensar desarmonicamente é pensar doentemente. Nesse ponto que quero me ater na abordagem chinesa.
Os “Demônios” encontravam-se direcionados em 5 portas onde se alojariam, mas cada um dos ambientes a serem penetrados tinha sua defesa, um tipo de Gênio Interno. Essas defesas - Shen, Hun, Po, Yi e Zhi - lutando (interagindo) com o agressor (Xie Qi), geravam 7 sentimentos (Qi Qing) e 5 emoções (Wu Zhi). O resultado dessa contenda era o sofrimento do hospedeiro.
{Qi Qing e Wu Zhi já foram apresentados nesse blog}
-voltando o tempo para o presente-
Esse conflito bioenergético manifesta-se, com impressões deformadas, idéias conturbadas, pensamentos fixos, temores infundados, visões precipitadas, enfim a sorte que tratamos aqui no ocidente como doença mental.
Para a MTC, gerar certos pensamentos é tal qual gerar pus. Comer alimento intoxicado é o mesmo que ouvir certas coisas desagradáveis, vamos adoecer da mesma forma. Corpo denso e corpo sutil são manifestações da mesma unidade.
Na MTC existem combinações de ervas específicas para isso, dietas, assim como pontos acupunturais (Kouei-Tsue) para tratamento dessas desarmonias. Após um interrogatório detalhado e aplicação das técnicas chinesas de diagnose, o terapeuta oriental conseguirá o diagnóstico energético propulsor do tratamento. Essa técnica diagnóstica oriental estreita a relação “curador x curado”, facilitando a determinação do Shen (Espírito) a ser tratado.
As colocações sobre a MTC que fiz aqui estão bastante superficializadas, pois não foi objetivado discorrer com a devida profundidade que o assunto merece. Apenas tentei elucidar algumas pessoas que sofriam na dúvida. Espero ter esclarecido sobre as áreas de atuação, sobretudo da acupuntura. Optei por esse tema somente para deixar cair, ou apenas balançar, um dos milhares de véus existentes nessa matéria.
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