quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Onde mora a Flexibilidade?

Alguns corpos são bastante flexíveis. Percebemos isso em alguns atletas marciais, bailarinos, yogues. Já outros nem são atletas, mas mantêm a flexibilidade. Isto se dá por vários motivos, tais como: genética, treino, idade, raça, alimentação, dentre outros fatores.

Em verdade, a combinação desses fatores permite que algumas pessoas brinquem com o corpo, fazendo com que a maioria assistente fique boquiaberta com as torções, alongamentos e estiradas. Com um bom treinamento, dedicação, tempo e uma boa dose de determinação, acredita-se que quase todos poderiam repetir esses feitos.

Por que “quase” todos? É que a flexibilidade corporal está intrinsecamente ligada à flexibilidade mental.

Quem teve a oportunidade de conviver com esses estetas da flexão vai se lembrar que tinham uma maneira de pensar muito particular, bem diferente do restante inflexível. Parecem “duros” onde a maioria é “mole”, e são “moles” onde todos “endurecem”. Claro, toda regra tem exceção.

Ao ver o bom malandro (figura carioca) caminhando com seu gingado, quase que conseguimos ouvir sua voz, só pelo “molejo” que transmite. Parece que seu corpo está contando alguma estória, das muitas que ele tem. Assentados no banco do shopping assistimos à bailarina vindo ao longe. Ela também tem seu “molejo”. Ambos acariciam o chão com a ponta dos pés, e nem o chapéu ou coque falam mais que seus quadris.

Um pouco mais tenro, mas com gingado também, encontramos os artistas marciais. Lá vêm eles pisando em X e alinhando os ombros aos quadris, parece força, mas é equilíbrio cinético. Olhando para o outro lado podemos ver o yogue ladeirando uma nuvem. Deixa passar a sensação que não está pisando em nada... coisa nebulosa mesmo. Pior fica se coçar a orelha, porque o fará com as mãos invertidas.

Creditamos o endurecimento das articulações e músculos com a chegada dos Janeiros, porém encontramos algumas pessoas com uma coleção de Janeiros maior que a nossa e continuam flexíveis. Conhecemos jovens, ainda iniciando a coleção, mas já bem “durinhos”.

Nosso corpo fica rijo por causa da idade avançando ou porque com o avançar da idade enrijecemos nossa mente? Quando trabalhamos mente e corpo nos encontramos com aquela máxima: “ quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha”? As terapias corporais chegam à mente trabalhando o corpo. As terapias verbais massageiam o corpo através da mente. - A transição do arquétipo!

Dizem as boas línguas, que as articulações endurecem à medida que nossa mente se fecha para o novo, para o desconhecido. Não existe outra verdade alem da minha! Será então que as doenças articulares começam na forma de pensar? Se for verdade, será que também se curam no pensamento? - Ah... entendi... isso é um pensamento antinflamatório!

Bem, pelo sim ou pelo não, vale entender as regras da caminhada e descobrir que existem, vários, muitos caminhos, assim como as verdades. Acho que não custa nada melhorar o rebolado para entrar na flexão. É o entre passo e a entre linha.

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