sábado, 7 de agosto de 2010

Refletir para Refutar ´.´

É verdade. Não podemos deixar escapar os significados que se apresentam aos nossos olhos... e ouvidos também, especialmente nessa era em que quase tudo significa quase nada.



Nesse período começamos a lidar com “candidatos”, e não pude deixar de refletir sobre o que isso significa. Minha memória lembrou-me de alguns estudos guardados e fui revê-los.



Abri um livro editado em 1938, no Rio de Janeiro, que trata da origem das palavras, mais que um dicionário etimológico. Encontrei o seguinte:



“ CANDIDATO = origem do latim; Candidatu = vestido de branco. Assim se vestiam os pretendentes aos cargos eletivos.”



Achei muito interessante esse detalhe e fui buscar nas guardadas e saudosas aulas de cromoterapia uma melhor explicação para usarem essa cor. Apresentarei apenas algumas expressões sobre o branco, não caberia tudo aqui.



“O Branco:
... assim como o preto, sua contra-cor, o branco pode situar-se nas duas extremidades da gama cromática. Muitas vezes se coloca no início e, outras vezes no fim, no término da vida diurna. É vibrante e estimulante por ser a união de todas as cores. Produz troca de energia e capta bem a energia solar. Favorece a clareza, é a cor da verdade.


... na coloração dos pontos cardeais é natural. Não se estranha que a maioria dos povos tenha feito do branco a cor do Este e Oeste, dos dois pontos extremos e misteriosos onde o Sol, astro do pensamento diurno, nasce e morre todos os dias. Em ambos os casos o branco é o valor-limite, assim como as duas extremidades da linha infinita do horizonte.


... é a cor da passagem, no sentido a que nos referimos ao falar dos rituais de passagem: e é justamente a cor privilegiada desses rituais, através dos quais se operam as mutações do ser, segundo o esquema clássico de toda iniciação: morte e renascimento. O branco do Oeste e o branco fosco da morte, que absorve o ser e o introduz ao mundo lunar, frio, fêmea. Conduz à ausência, ao vazio, ao desaparecimento da consciência e das cores diurnas.


... em todo pensamento simbólico, a morte precede a vida, pois todo nascimento é um renascimento. Por isso, o branco é primitivamente a cor da morte e do luto. E isso ainda ocorre em todo o Oriente, tal como ocorreu, durante muito tempo, na Europa e em especial, na corte dos reis da França.


... o branco é a cor dos primeiros passos da alma, antes do alçar vôo dos guerreiros sacrificados. Por essa mesma razão, todos os deuses do Panteão Asteca, cujo mito celebra um sacrifício seguido de renascimento, usavam ornamentos brancos.


... é a cor da pureza, é passiva e limpa, desprovida de qualquer tipo de influência sendo assim extremamente neutra, mostrando apenas que nada foi realizado ainda. A valorização positiva que se dá ao branco pode estar ligada ao fenômeno iniciático. É o atributo que se dá a quem se renasce, ao recomeço ou a vitória. Isso pode explicar o fato de se iniciar cada ano com vestimentas brancas.


... outro exemplo dessa valorização positiva é a toga viril, símbolo de afirmação, de responsabilidade assumida, de poderes reconhecidos, de renascimento realizado, de consagração. É cor essencial da sabedoria, vinda das origens do homem. No budismo Japonês, a auréola branca e o lótus branco estão associados ao gesto de punho do conhecimento do grande iluminador Buda, em contraposição ao vermelho e ao gesto de concentração.


... o branco, cor iniciadora, passa a cor da revelação da graça, da transfiguração que deslumbra e desperta o entendimento, ao mesmo tempo em que o ultrapassa: é a cor da teofania (manifestação de Deus), cujo vestígio permanecerá ao redor da cabeça de todos aqueles que tenham conhecido Deus, sob a forma de uma auréola de luz que é exatamente a soma das cores. O branco traz leveza, o espaço, a liberdade, o vazio, a frieza, a verdade, a ausência, a limpeza, o infinito, a luz... a sabedoria, a inteligência, a divindade, o bem, o recomeço. “



Depois de refletir sobre esse tema e os nossos Candidatus, fico sem saber onde encontraremos tantos ternos brancos para doarmos nas próximas eleições... e porque não alguns vestidos brancos também? Refuto.

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