domingo, 14 de agosto de 2011

O Dia é dos Pais... (longing - verlangen - rakkaus)

A brisa morna do olhar paterno umedece a alma filial.

Um aceno ou sorriso, qualquer um deles nos faz perceber a idéia de geração. É o suficiente para que o filho sinta sua origem beijando o seu coração.

Um olhar atento na sua feição conta toda a sua caminhada, justificada no afago das mãos, quase trêmulas, outrora embaladoras do ninar de sonhos, hoje movendo exemplos.

Está cansado por ter segurado pequenas mãos em grandes aventuras. Desmedido no amor, sufocou-se em seus desejos sufocados em prol da vontade mundana dos seus miúdos futuros pais, que ainda nem sonhavam com a nobreza dessa revelação.

Na dança do tempo, executa passos que demonstra toda a sua habilidade em tirar da vida o tom grave da sua voz, tom esse que permanecerá por toda a vida das suas criaturas, mesmo depois que a música cessar.

Perdeu-se na conta das vezes em que sua serenidade foi confundida pela jovial prepotência dos seus. Transformado em imbatível e imortal herói, sofre ao perceber a queda das rédeas que, por tantos anos, segurou ferozmente na condução da sua família e na construção do seu lar.

A simples idéia, ou lembrança, da sua partida leva-nos ao hemisfério lacônico da realidade da nossa existência. Há também o episódio daquele que se sentiu traído ao ficar sozinho sem ter a chance ou oportunidade de acompanhar o seu rebento, vivendo amiúde as estocadas da saudade, sem nunca conseguir perdoar ao fado. Esse, grita calado.

Intrépido, o soldado da nossa sina tatuou seus atos, hábitos e frases na nossa memória, como a foto que expomos, orgulhosamente, na planilha do nosso viver.

Para esses maravilhosos homens que souberam, e ainda sabem, explorar a nossa emoção, rendo-me prostrado na mais profunda gratidão.

Pelo sim e pelo não,

Obrigado Pai!

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