domingo, 21 de abril de 2013

Triste diferença... (plastic - plastique - plastik)



Acho surpreendente a alegria demonstrada pelas pessoas que acabaram de descobrir que nossas digitais são únicas no mundo, assim como nossa íris e outros detalhes humanos. Por acharem incrível tudo isso, percebo a satisfação ao descobrirem que são componentes únicos no universo.

Contudo, me surpreendo também ao notar que algumas pessoas estão sofrendo muito por não conseguirem alguns objetivos, nada individuais, estéticos e físicos. A felicidade aparece na unicidade concomitantemente com o aparecimento da tristeza pela unicidade. O contra senso da atualidade.

As formas físicas, medidas e colorações de um povo, são frutos de infindáveis milênios de apuração de determinada raça. Conforme a região do planeta em que essa raça surgiu, muitas transformações ocorreram para que ela se tornasse o que é atualmente. A insolação, umidade do ar, altitude, pureza do ar, alimentação e hábitos funcionais, determinaram, e continuam determinando, um grupo racial.

Isso tudo nos parece muito óbvio, talvez até o seja, até que nos encontremos com alguém querendo ter uma cor, cabelo, arcada dentária, peso, altura, formas, semblante, olhos ou quaisquer outros traços, diferentes dos determinados por sua raça.

Relembro-me de quando atuava na área esportiva e alguns alunos chegavam com a foto de alguém, pedindo para que fosse desenvolvido um peitoral (músculo do tórax) como aquele que estava sendo apresentado. Eu respondia, no caso, que poderia ser feito um trabalho para desenvolver um forte e belo peitoral, mas nunca como o da foto, já que aquele tipo de musculatura era de uma raça diferente da sua. Atuando na área da saúde percebo que pessoas com determinada compleição física querem também possuir uma outra, além dos seus limites raciais.

Transferir nossas tristezas e angústias para o corpo é um hábito comum para nós racionais. Jogamos nossas frustrações em nossa imagem corpórea, talvez como um mecanismo de defesa, para que não precisemos lidar com determinadas facetas do nosso caráter, ou então, para facilitar o falso projeto de crescimento pessoal.

Por exemplo, cada dente nasce em uma época da vida e em cada uma dessas épocas estamos vivendo situações diferentes, passando por um único processo de desenvolvimento. Por esse motivo, cada dente assume um tamanho, cor e alinhamento na arcada. Cada um deles está relacionado com uma parte das nossas vivências.

Os incisivos frontais superiores (±7-8 anos) representam pai (direito) e mãe (esquerdo). Representam também a forma pela qual nossos dois hemisférios cerebrais se relacionam (emoção x razão). Os incisivos laterais superiores (±8-9 anos) demonstram sobre o nosso convívio social. Já os caninos assumem a forma pela qual manifestamos nosso tipo de agressividade em nossas conquistas. Não irei alongar sobre o tema para não fugir do objetivo inicial do texto. Quis apenas elucidar as diferenças.

Bem... sendo assim, como fica a pessoa que coloca aparelhos para correção da arcada dentária?! Claro que não estou me referindo aos casos onde esse aparelho assume uma posição terapêutica e muito necessária. Refiro-me aos milhares de casos que se utilizam desses aparelhos apenas para “deformarem” suas histórias e seu comportamento psíquico-emocional. Algumas pessoas mais preceptivas relatam sobre as mudanças no comportamento dos seus mais próximos, e atribuem à correção da arcada. Algumas “coisas” ficam tão mexidas que o corpo nem consegue sustentá-las, tão logo se retira o aparelho todos os dentes voltam para seu lugar da história. O mesmo efeito ocorre na mudança dos seios, nádegas, panturrilhas, face, etc.

Admiramos uma floresta com as mais variadas arvores, assim como um jardim multicolorido. Há quem viaje dias somente para apreciar essa variedade natural de beleza. No entanto, nos esquecemos que somos também elementos da natureza e, para tanto, precisamos ser admirados pelas nossas diferenças.

Talvez, desenvolvendo a auto estima e o auto conhecimento estejamos fazendo a maior e melhor transformação que necessitemos.

Uns gostam dos loiros e outros dos morenos... Graças a Deus!

3 comentários:

  1. Voce resume tudo :desenvolvendo a auto estima e conhecimento estejamos fazendo a melhor transformação que necessitamos .Tem muita coisa que influencia,propagandas,fotos, não nego que gostaria de mudar algumas coisas em meu corpo mas não seria o suficiente. O bom mesmo é mudar meu jeito de viver ,a felicidade somos nos quem construimos ,gosto de cantar aprenda canto,adoro musica aprenda algum instrumento,gostaria de passar em um bom concurso, estude o suficiente.Etc ,Etc.Isso mesmo, tem um ditado antigo, uns gostam dos olhos outros da remela.Obrigada sempre .

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  2. Uma pessoa bonita não é aquela de quem se elogiam
    as pernas,braços,mas aquela cuja inteira aparência
    é de tal beleza que não deixa possibilidades para
    admirar as partes isoladas (Séneca)
    Abraço

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  3. Olá Vicelia!
    As mudanças são realmente necessárias, ainda melhor quando elas nos transformam no nosso melhor perfil, seja ele interior ou exterior. No mais, Sêneca dise tudo. Obrigado pela visita e volte sempre.

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