A
excessiva quantidade de informações advinda dos chamados tempos modernos tem
alvejado os indivíduos de tal forma, que não lhes é permitido o tempo de
reflexão. Elas – as informações – chegam com tamanha velocidade que não dá
tempo para permitir a análise detalhada de vários fatores que poderiam renomeá-las
para o status de desinformação.
É sabido
que a prática da reflexão sempre se deu pela relação com os mais experientes,
os mais velhos, mais vividos, normalmente dentro dos lares. Esse mesmo
bombardeio de informações afastou o indivíduo dos contatos mais preciosos para
sua formação mental e filosófica, seus mais velhos, os gurus
do tempo vivido.
Por não
praticarem a reflexão, a análise, os Brainless
queimam seus grossos currículos ao abrirem a boca e reproduzirem conceitos
destruidores da sua própria imagem, desferindo absurdos que fecharão as portas
que tanto tentam atravessar. As informações captadas não são avaliadas,
averiguadas e, imediatamente, repassam-nas com o intuito de serem os pioneiros
da novidade. Pior, crêem que aquilo é produto da equação da verdade.
O não
assistir a um telejornal, apenas um, deixa a sensação que o mundo não mais o
aceitará. Ligar o computador sem correr os olhos num portal de noticias faz com
que o dia flua com uma pequena taquicardia. Sair sem o seu aparelho de
telefonia móvel, o celular, é um pecado, aterroriza, enlouquece, invalida o ser
humano que por ali perambula.
Batizo
esses alguns indivíduos, não poucos, de Brainless. Conectaram-se a tudo, mas
perderam a conexão interior, quebraram a antena interna. Aquele crivo que separa
a banalização do cérebro ao crescimento humano. Fica a suave sensação que o cérebro
tomou a função de mero separador de orelhas.
Creio
que esse é o endereço da ansiedade essencial. É exatamente aí que emerge toda a
fraqueza do indivíduo, ao suspeitar que sem o celular, seus milhares de “amigos”
não estão por perto, ele está fora da “rede”. (rede ou teia?!) Ele suspeita que
está sozinho, como se não o estivesse por toda a vida. Vivendo desse modo não consegue
compreender onde errou seus passos, invalidando a possibilidade de correção da
rota.
Por não
se descobrir, questionar, investigar ele acaba por não conhecer a si mesmo e se
sente fraco, sem recursos. Porém, em momento algum esses recursos foram suas
metas. Agindo assim não é possível entender a causalidade da vida, eternizando
os fenômenos vividos simplesmente pela casualidade. Viver sob as regras da
casualidade deve ser, realmente, apavorador. “A vida é causal e não casual”,
vale o autor.
Pensando
não ter como atuar sobre a própria vida, já que seu tempo é casual, surge a
intempestiva sensação de impotência, matéria prima fundamental para a
ansiedade. Até que se perceba que a as regras de sobrevivência são causais,
inversamente ao que se pensava antes, intolerado e intolerante precisará de
drogas que o alienem, sejam elas lícitas ou ilícitas. Não faltará quem as
forneçam.
Paira
a sensação que o tempo corre na mesma velocidade das informações e inicia-se um
período de correrias, nada mais dá tempo. Surgem agora as manias, superstições,
crenças, tiques, TOC’s... é se viciar no vício alienador, pois ele é a babá dos
que não souberam se criar.
Claro que, as causas dessa ansiedade não são as informações, nem somente elas, mas a casual maneira de sobrevivência contemporânea. O grande período de convívio alucinante e tresloucado com as “telinhas” roubou a possibilidade do namoro com outra tela, mais antiga, porém ainda válida e necessária, o “espelho”.
Claro que, as causas dessa ansiedade não são as informações, nem somente elas, mas a casual maneira de sobrevivência contemporânea. O grande período de convívio alucinante e tresloucado com as “telinhas” roubou a possibilidade do namoro com outra tela, mais antiga, porém ainda válida e necessária, o “espelho”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário